sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Cada etnia paranaense tem o seu Natal

Árvore de Natal em igreja ucraniana: celebrações dessa etnia mesclam elementos cristãos e pagãos, além de pratos tradicionais e ritos de culto aos mortos.

Papai Noel, troca de presentes, presépio, árvore enfeitada, ceia, missas, cantos, cultos. Na época de Natal, uma infinidade de celebrações e costumes toma conta das residências e das igrejas, especialmente nas dos cristãos.

Mas, mesmo dentro do cristianismo, existem várias diferenças nas celebrações, com muitos detalhes e particularidades que caracterizam este feriado santo em cada etnia que colonizou o Paraná.



As principais etnias que povoam o Estado são a alemã, polonesa, italiana, japonesa e ucraniana. Cada uma comemora o Natal do seu jeito, mas sempre com fé e simbologia.



Os ucranianos têm duas igrejas: a Ortodoxa e a Greco-Católica. Desta forma, há também duas datas em que eles celebram o Natal: 6 e 7 de janeiro, para os ortodoxos, e 25 de dezembro, para os greco-católicos.

Os ritos são semelhantes aos que a maioria das pessoas conhece, com presentes e árvore de Natal. Mas o Papai Noel só aparece na festa de Ano Novo, que é celebrada nos dias 13 e 14 de janeiro.



Como explica a cônsul da Ucrânia no Paraná, Larysa Myronenko, na mesa do jantar geralmente há o costume de se colocar 12 variedades de comida diferentes (talvez uma referência aos 12 apóstolos).

“O Natal dos ucranianos guarda elementos do paganismo e do cristianismo”, comenta. Entre os pratos típicos dos ucranianos no dia da ceia natalina estão os peixes, as frutas secas e a famosa sopa de beterraba.

O tradicional pierogi, claro, também está presente. Para este povo, o culto aos mortos deve ser feito no Natal. “Na mesa do jantar, inclusive, é costume colocar pratos e copos para os que já se foram”, conta Larysa.



O ciclo de festas de Natal para o povo polonês (assim como para a maioria dos católicos) dura um mês: de 6 de dezembro a 6 de janeiro e, claro, tem como ponto alto o dia 25 de dezembro.

Para os poloneses, a reconciliação (inclusive com os mortos) é importante nesta época. Eles vão à Missa do Galo (a Pasterka), à meia-noite, e fazem as tradicionais árvores e presépios de Natal. Antes da ceia, os poloneses têm a cerimônia do Oplatek, na qual os participantes repartem entre si a hóstia e desejam saúde, amor e prosperidade uns aos outros.



Católicos



O arcebispo metropolitano de Curitiba, Dom Moacyr Vitti, afirma que o significado mais importante do Natal é a presença de Jesus Cristo. “O grande mistério é a encarnação, quando Deus se fez homem para salvar e libertar a humanidade de todos os males”, diz o arcebispo. Nos dias 25 de dezembro e 1.º de janeiro, haverá missas na Catedral Basílica às 8h30, 10h e 18h.

Alemães comemoram; italianos jogam cartas



Assim como para todos os cristãos, para os alemães o Natal também é uma data especial. Algumas particularidades ainda preservadas são interessantes e diferentes, como, por exemplo, o calendário com 24 portinhas que começam a ser abertas pelas crianças no começo de dezembro.

Aquela que tiver mais sorte tira um chocolate ou um pequeno presente da portinha. Segundo a alemã Juliane Müller, que mora em Curitiba há sete anos (e trabalha na biblioteca de uma escola de língua alemã), já no período do Advento (que precede o dia 25 de dezembro) os alemães realizam as celebrações.

“Fazemos cafés, nos reunimos e comemos juntos nos quatro domingos do Advento (que antecedem o Natal)”, comenta. A decoração na Alemanha também tem suas particularidades. Juliane descreve que dentro de casa há uma coroa de ramos (colocada geralmente na mesa da ceia) e quatro velas, que são acendidas a cada domingo do Advento.

No dia 24 é montada a árvore, que é natural, e homenzinhos com incensos também fazem parte da decoração. Neste dia, diferente da Missa do Galo, são comuns apresentações de peças de teatro na igreja (sobre Jesus Cristo), com a atuação das crianças. Os pratos da ceia também não incluem carne vermelha, somente peixe, além das tradicionais bolachinhas assadas alemãs.



Os italianos também têm particularidades na festa natalina. Fazem a ceia, vão à igreja, reúnem-se com a família e fazem uma grande festa. Mas há uma curiosidade: é costume esperar a chegada da meia-noite jogando cartas.

As festas acabam no dia 6 de janeiro. Como relata a coordenadora Cultural de Pesquisa e Memória do Centro de Cultura Italiana (CCI), Sandra de Fátima Santos, na távola (mesa) a comida é farta.

“Claro que, como em todos os países, os costumes variam de região para região, mas alguns elementos são típicos, como o panetone, por exemplo”, lembra. Originalmente milanês, o panetone é hoje o símbolo do Natal em toda a Itália, assim como o torrone e as frutas secas.

Superstições também aparecem. Por exemplo, os italianos não comem maçã na noite de Natal, pois acreditam que a fruta simboliza o pecado (fazendo uma alusão a Adão e Eva). E as crianças têm o costume de escrever cartinhas com desculpas do que fizeram de errado durante o ano.



Índios



Os índios só celebram o Natal por “força” das influências católicas. Não há celebrações com árvores enfeitadas ou com ceia farta nas aldeias (até porque são todas muito pobres). Mas muitos índios esperam receber presentes nesta época, período em que muitas pessoas visitam as aldeias para fazer caridade.

FONTE: http://navegadorbrasileiro.wordpress.com

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